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sábado, 16 de outubro de 2010

DO RESGATE DOS 33 MINEIROS NO CHILE

     Por Guiherme La Serra

O mundo presenciou através da mídia os sessenta e nove dias em que trinta e três trabalhadores chilenos passaram isolados num buraco de quase setecentos metros de profundidade no deserto do atacama. Eles passaram dezessete dias sem ter a certeza de que iriam ser resgatados, ficaram quase sem comida, sem água e sem oxigênio, mas não sem esperança! Uma terrível tragédia, um erro de cálculo, apenas um acidente? O que eu sei é que não foi Deus que os colocou naquele buraco, mas sei também que Deus estava o tempo todo lá com eles! Nos momentos de crise de dor de desespero de quase desesperança quem tem nos sustentado? Quem tem estado conosco? Vejo que a culpa daquelas pessoas quase terem sido soterradas e mortas não foi Dele, mas Ele estava lá para manter viva a esperança.


Quais motivos levam a humanidade a se arriscar ir tão fundo? Será o capitalismo ou será mesmo as necessidades? Que riscos valeriam uma vida sequer subtraída a tantos metros de profundidade? Diante das dores que nos afligem e da própria morte, não vejo que simplesmente “Deus quis assim”, Ele sempre será a favor da “vida”! Ele não quis assim, mas com certeza ira utilizar essa experiência para o crescimento daqueles homens.


Aqueles que se entregarem e não tiverem a convicção de que o tempo todo estavam acompanhados por Deus, provavelmente irão declinar e desenvolver algum tipo de patologia advinda do trauma vivenciado naquela experiência. Mas aqueles que tiverem no coração a convicção de que não estavam sozinhos, verão assim como o primeiro grupo quão pequeninos são diante da vida, mas, porém com uma grande diferença. Sairão de lá mais fortes, mais humanos, mais felizes, e experimentaram uma vida plena servindo ao próximo, amando mais a família, valorizando mais os amigos, não ficarão mais inertes, verão que o amor nascente num coração grato não produz bondade passiva.


Existem etapas em nossas vidas onde somos forjados para algo que vira adiante. Todos nós passamos por momentos extremamente dolorosos desde o momento em que existimos. São nos momentos onde acreditamos chegar ao limite, onde sentimos as mãos da pressão nos empurrando com violência no sentido da linha tênue que nos separa da vontade de viver e do desejo de não mais existir é que estaremos sendo trabalhados. Não são raras as vezes que ouso diante dum momento de dor ou da dor alheia alguém se levantar e dizer “Deus quis assim”. Tudo bem! Como eu mesmo disse, eu creio que são nos momentos de crise que somos refinados, forjados, preparados, mas isso não quer dizer que Deus preparou tal momento para que sofrêssemos!


Quando olho para as mazelas que afligem o nosso mundo, vendo a fome que atinge grande porção das crianças no planeta, não consigo simplesmente conceber que “Deus quis assim”. Quando ligo a televisão e ouso mais um caso de violência contra uma crianças indefessa, como posso supor que “Deus quis assim”? Um nasce numa favela outro nasce num palácio e Deus quis assim? Um revira o lixo para se alimentar e o outro se empanturra de mec lanche feliz até se sentir tão pesado que mal pode se levantar da cadeira, e, “Deus quis assim”?


Como pode Deus querer tanto mal, tanta dor, tanto sofrimento? Como pode Deus querer tanta fome, tanta violência tanta opressão? Não, não foi Deus que quis assim! Isso tudo é simplesmente fruto de pessoas que diante de Deus todos os dias resolvem dar um passo para traz! A comida que sobra na nossa mesa é a comida que falta na mesa do próximo! Será mesmo que Deus desejou um mundo extremamente capitalista, consumista, narcisista, um mundo hedonista onde o que importa acima de tudo é o bel prazer, o próprio conforto? Qual será o sentimento de Deus ao ouvir aqueles que dizem “cada um por si e Deus por todos”? Deus sempre será por todos, mas enquanto cada um for por si, não serão todos que poderão desfrutar da paz que Deus tanto deseja para os seu filhos!


Como eu disse e retomo, todos nós passamos por momentos difíceis, sejam crises pessoais advindas de escolhas erradas, sejam momentos de dores advindas de práticas de injustiça de pessoas que nos cercam, ou até mesmo vindas de nossas próprias crises que nascem da comparação que fazemos de nos mesmos com os outros. Crises da intensa luta para não se amoldar ao sistema, ou para se amoldar a ele.


Até que pelo livre arbítrio doado pela graça não se concretize o atingir do alvo da plenitude, estaremos fadados as crises e sofrimentos gerados em e para nos mesmos! Deus não quer a opressão dos seus filhos, pelo contrário, se entristece com tal e o tempo todo nos convida a combatê-la, o tempo todo nos apresenta caminhos que nos leva para longe da dor. Deus não nos obriga a segui-lo, porém é tão amoroso que utiliza a dor que nos mesmos geramos para nos transformar naquilo que antes dela deveríamos ser. Leonardo Boff vai dizer que “Crise é oportunidade de crescimento” Já que a experimentamos por livre escolha, que deixemos Deus nos moldar enquanto nela.


Um psicólogo convidado a dar seu parecer referente ao resgate dos mineiros chilenos disse para os reportes que diante de uma experiência traumática e dolorosa existem duas possibilidades, a de perder a vontade de viver e entrar numa profunda depressão, ou a gratidão de se ter uma nova chance e passar a enxergar a vida a partir de um novo paradigma.


Deus nos molda nesses momentos, nos prepara para algo que vira, abre os nossos olhos para enxergarmos quão pequeninos somos, quem confia e sabe em quem tem crido certamente saíra muito mais forte dos buracos da vida! Eu te pergunto! Quem até hoje tem te sustentado? Quem tem te guardado? Que tem estado ao seu lado nos momentos mais difíceis? Diante das nossas lutas que sejamos aqueles que nunca perdem a esperança mesmo nos momentos de intensa dor e desespero, simplesmente por sabermos que não importa onde estivermos ELE ESTARA LÁ CONOSCO!!!


“Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”


(Romanos 8:38-39)

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